quinta-feira, 8 de março de 2012

Acerca do dia Internacional da Mulher

Durante vários séculos as mulheres foram empurradas para tratarem dos lares e cuidarem dos filhos. De uma maneira geral não frequentavam universidades, não tinham direito à propriedade nem heranças, e eram tratadas como um membro menor da família.

Nos anos 30 e 40 do século passado, a possibilidade da mulher trabalhar ganhou força dado que o mundo estava em guerra e como os homens andavam ocupados em lutar as mulheres tiveram que ocuparem os seus lugares nas fábricas.

Em 1857 deu-se o primeiro movimento mais “musculado” das mulheres quando decidiram entrar em greve e ocuparem uma fábrica de têxteis em Nova Iorque, reclamando pela redução do horário de trabalho de 16 para 10 horas diárias. Estas mulheres que usufruíam um terço do salário dos homens, acabaram por morrer num incêndio que entretanto deflagrara na fábrica.  

Anos mais tarde foi decidido comemorar o dia 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher, em homenagem aquelas vítimas. Pretendeu-se também chamar a atenção para a dignidade da mulher e para que se perceba que o seu papel na sociedade deve ser livre de preconceitos e limitações que lhes eram impostas 

Em Portugal, com a revolução do 25 de Abril, as mulheres portuguesas passaram a ter acesso às carreiras da magistratura, diplomática e a todos os cargos da administração pública, as hospedeiras de bordo e as telefonistas puderam casar. Foram abolidas as restrições baseadas no sexo quanto à capacidade eleitoral.

Algumas datas que achei curiosas e reveladores do (não) papel da mulher na sociedade:
·         1890 – foi autorizada a criação de escolas femininas de ensino secundário
·         1906 – criação do 1º liceu feminino
·         1920 – as raparigas são autorizadas a frequentar liceus masculinos
·         1926 – as mulheres passam a poder leccionar em liceus masculinos
·         1931 – expresso reconhecimento do direito de voto às mulheres diplomadas com cursos superiores         ou secundários. Aos homens continuam a exigir que saibam ler e escrever.
·         1967 – entrada em vigor do novo código civil, em que a família é chefiada pelo marido, a quem compete decidir em relação à vida conjugal comum e aos filhos.
·         1976 – abolido o direito do marido abrir a correspondência da mulher.

Em 2006 foi criada a lei da paridade que estabelece que as listas candidatas há diversas eleições, devem assegurar a representação mínima de 33% de ambos os sexos.
Na minha opinião esta lei é a maior prova do machismo que ainda existe na nossa sociedade. As mulheres não devem ser incluídas por força de leis mas sim por mérito próprio ou vontade das mesmas. 

Não sou feminista porque entendo que a mulher enquanto ser humano não deve precisar de “ chavões “ para se afirmar em todas as vertentes da vida. O seu lugar no mundo deve ser tão natural como sempre o foi para os homens.


Parabéns a todas as mulheres em todos os dias de cada ano.










A Mulher

Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgra...çada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!

(Florbela Espanca)

domingo, 4 de março de 2012

Arroz à Valenciana












Ingredientes:

500 gr de arroz
125 gr de vitela de guisar (sem osso)
1/2 frango
50 gr. amêijoas
30 gr. mexilhões
250 gr de camarões
250 gr de lulas pequenas
2 pimentos vermelhos
1 pimento verde
1 colher de chá de açafrão
1 cebola grande
3 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de óleo
100 gr de toucinho magro ou bacon
1 chouriço
Sal e pimenta
1 pitada de pimentão

Preparação:
 
Pique a cebola e deite-a num tacho grande, juntamente com as gorduras (óleo e azeite), e refogue até ganharem cor.
Corte o frango em pedaços pequenos. Tempere-o com sal e sumo de limão, pelo menos com 3 horas de antecedência. O mesmo para a carne de vitela.
Deite as carnes no tacho com as gorduras, para refogarem, deixando-as aloirar bem.
Nesta altura junte o chouriço cortado às rodelas e o toucinho em tirinhas (sem o couro), aloure mais algum tempo, deite um pouco de água e, pouco a pouco, adicione a água necessária para fazer um bom caldo.
Junte todos os pimentos, cortados em tiras, assim como as lulas, previamente arranjadas e cortadas em rodelas.
Deixe tudo refogar, em lume brando para apurar bem.
Lave muito bem as amêijoas e os mexilhões e ponha-os a abrir num tacho ao lume. Depois de abertos, retire metade dos mexilhões das cascas, coe a água que largaram ao abrir e junte tudo (marisco e água) ao caldo que contém as carnes.
Deite também neste caldo os camarões, depois de lavados, e tempere tudo com sal e pimenta, um pouco de e o pimentão.
Junte o arroz ao caldo, a ferver, depois de ter verificado os temperos.
Logo que levante fervura, diminua o lume para o mínimo até acabar de cozer.
Este arroz deve ficar um pouco «malandrinho».