Durante vários séculos as mulheres foram empurradas para tratarem
dos lares e cuidarem dos filhos. De uma maneira geral não frequentavam
universidades, não tinham direito à propriedade nem heranças, e eram tratadas
como um membro menor da família.
Em 1857 deu-se o primeiro movimento mais “musculado” das mulheres
quando decidiram entrar em greve e ocuparem uma fábrica de têxteis em Nova Iorque ,
reclamando pela redução do horário de trabalho de 16 para 10 horas diárias.
Estas mulheres que usufruíam um terço do salário dos homens, acabaram por
morrer num incêndio que entretanto deflagrara na fábrica.
Anos mais tarde foi decidido comemorar o dia 8 de Março como o Dia
Internacional da Mulher, em homenagem aquelas vítimas. Pretendeu-se também
chamar a atenção para a dignidade da mulher e para que se perceba que o seu
papel na sociedade deve ser livre de preconceitos e limitações que lhes eram
impostas
Em Portugal, com a revolução do 25 de Abril, as mulheres
portuguesas passaram a ter acesso às carreiras da magistratura, diplomática e a
todos os cargos da administração pública, as hospedeiras de bordo e as
telefonistas puderam casar. Foram abolidas as restrições baseadas no sexo
quanto à capacidade eleitoral.
Algumas datas que achei curiosas e reveladores do (não) papel da
mulher na sociedade:
·
1890 – foi autorizada a criação de escolas femininas de ensino
secundário· 1906 – criação do 1º liceu feminino
· 1920 – as raparigas são autorizadas a frequentar liceus masculinos
· 1926 – as mulheres passam a poder leccionar em liceus masculinos
· 1931 – expresso reconhecimento do direito de voto às mulheres diplomadas com cursos superiores ou secundários. Aos homens continuam a exigir que saibam ler e escrever.
· 1967 – entrada em vigor do novo código civil, em que a família é chefiada pelo marido, a quem compete decidir em relação à vida conjugal comum e aos filhos.
· 1976 – abolido o direito do marido abrir a correspondência da mulher.
Em 2006 foi criada a lei da paridade que estabelece que as listas
candidatas há diversas eleições, devem assegurar a representação mínima de 33%
de ambos os sexos.
Na minha opinião esta lei é a maior prova do machismo que ainda
existe na nossa sociedade. As mulheres não devem ser incluídas por força de leis
mas sim por mérito próprio ou vontade das mesmas.
Não sou feminista porque entendo que a mulher enquanto ser humano
não deve precisar de “ chavões “ para se afirmar em todas as
vertentes da vida. O seu lugar no mundo deve ser tão natural como sempre o foi
para os homens.